A Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) é uma doença caracterizada pela destruição das plaquetas, podendo manifestar-se clinicamente com sinais de sangramento. Antes de falar da doença propriamente, vamos entender alguns conceitos.
As plaquetas - também chamadas de trombócitos - são células do sangue produzidas na medula óssea. Uma pessoa normal tem entre 150.000 e 400.000 plaquetas por ml de sangue. Sua função básica é inciar o processo de coagulação. Toda vez que temos uma lesão sangrante, as plaquetas são os primeiros componentes da cascata da coagulação a chegar ao local. Elas se agrupam, formando uma espécie de rolha para estancar o sangramento rapidamente, dando tempo para o corpo possa reparar a lesão sem que haja maiores perdas sanguíneas. Quando temos uma queda no número de plaquetas (trombócitos) damos o nome de trombocitopenia. Portanto, o termo trombocitopênica do PTI, indica que uma das manifestações da doença é a contagem baixa de plaquetas. Quando temos poucas plaquetas, estamos mais expostos a sangramentos.
Petéquias |
Equimoses |
ocorrer entre 2 e 10 anos. Nos adultos a incidência é maior entre 20 e 40 anos.
Sintomas da PTI
O quadro clínico depende basicamente do grau de redução das plaquetas. Geralmente, valores maiores que 50.000 plaquetas por ml não causam sintomas. Abaixo de 50.000 é possível haver púrpuras e petéquias. Abaixo de 30.000 começam a surgir riscos de sangramentos que se elevam significantemente quando as plaquetas estão abaixo das 10.000 por ml. Crianças com PTI apresentam uma menor taxa de sangramentos espontâneos que os adultos, muitas vezes tolerando plaquetas tão reduzidas quanto 10.000/ml. Além das púrpuras, o paciente com púrpura trombocitopênica idiopática também pode apresentar outros sinais de plaquetas baixas como sangramentos na gengiva, na boca, no nariz, e mais raramente, perdas de sangue nas fezes e na urina, além de uma grande demora para se coagular o sangue em pequenos machucados.
Não existe um exame definitivo para o diagnóstico da PTI. Este é feito através da contagem de plaquetas e depois de se descartar outras doenças que causem trombocitopenia, como cirrose (leia:
Tratamentos para a PTI
a) Crianças:
Como mais de 80% das crianças se recuperam espontaneamente da PTI, o tratamento com drogas neste grupo normalmente só está indicado quando há trombocitopenia grave ou sangramentos que coloquem a vida do paciente em risco. Em geral não é preciso tratamento quando os níveis de plaquetas estão acima dos 30.000/ml. Nos pacientes com plaquetas abaixo de 30.000/ml, a indicação ou não do tratamento deve ser individualizada, avaliando-se caso a caso. Na maioria dos casos só são necessários medidas preventivas. As principais são evitar atividades esportivas ou qualquer outra que possa haver traumas ou impacto. É importante também evitar drogas que possam piorar a função da plaquetas, nomeadamente aspirina e anti-inflamatórios (leia: AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS).
As principais drogas usadas nos casos de PTI grave são os corticóides, em geral prednisona ou dexametasona (leia: INDICAÇÕES E EFEITOS DA PREDNISONA E CORTICÓIDES), e a imunoglobulina intravenosa. Só se indica transfusão de plaquetas em casos de risco iminente de morte, uma vez que essas terão uma vida muito curta, já que serão destruídas juntamente com as plaquetas naturais do paciente. Não adianta fornecer plaquetas enquanto não se interromper o processo de destruição das mesmas. Cerca de 20% das crianças com púrpura trombocitopênica idiopática não apresentam melhora mesmo após 6 meses de evolução, comportando-se de modo semelhante a PTI do adulto. Nos casos graves de PTI que não respondem ao tratamento com medicamentos ou que permaneçam ativos por mais de 12 meses, pode-se lançar mão da esplenectomia (retirada do baço) para o controle da doença.
b) Adultos
Assim como nas crianças, só se indica tratamento com drogas em adultos com contagem de plaquetas muito baixa ou sob risco de sangramento grave. Pacientes com plaquetas acima de 50.000/ml só precisam de seguimento frequente. O tratamento é semelhante aos das crianças, porém, no adulto não se espera uma resolução completa da doença, sendo o objetivo apenas impedir quedas muito grande das plaquetas. A retirada do baço pode ser indicada nos casos graves que durem mais de 6 semanas.
Fonte da matéria, das fotos e artigos relacionados:
Comentários
Postar um comentário
Achou interessante ou útil? Comente, e compartilhe!
Assim poderemos levar estas informações a pessoas que também precisam de ajuda na busca de uma solução.